Determinar o poder de um homem,
É como medir a força dos rios.
Se diferenciam na estrutura,
Se igualam em perigo.
Ás vezes são córregos
Pequenos e inquietos
Precisam de uma tempestade
Para saber que são rios.
Alguns mais instáveis
Se desviam de seu rumo.
Logo voltam tímidos e assustados,
Sem força alguma por serem rasos.
Há, porém os caudalosos,
Perigosos.
E desses se mantem distância segura.
Nada sobrevive a força que se arrastam,
Passam e deixam vestígios,
Estragos profundos,
Cicatrizes.
Há também os mais extensos,
E mais intensos.
Abrigam em seu leito um pouco de todos.
Ás vezes inconstantes,
Noutras fortes e profundos.
Ás vezes calmo,
Ás vezes muita vida e barulho
traz o perigo oculto,
Pois sem aviso algum,
Desce penhascos e montanhas.
Terminando em cachoeira.
Há, porém, entre todos eles,
Um que mais me assusta,
Tranquilo, respeitoso,
E em nada transparece,
Com seu semblante de paisagem,
Nenhum ruído se apercebe
Seu âmago, porém,
Insano e intenso corredio
Turbilhão de perigos
A enganar
Pela tranquilidade fingida
Na morte atracar.
by Regina Chaves 26/12/2003
Este blog segue estritamente o seu título, a essência do ser, o âmago, a verdade sem hipocrisia, sem ser bonito ou melhor, importa que seja voce com defeitos, leal aos pensamentos, buscar respostas, fazer questionamentos sobre verdade, mentira e sobre as convenções que nos empurram e empanturram. Podemos confiar num único julgamento, o nosso, portanto a razão se faz necessária.
sexta-feira, agosto 24, 2007
MÃE
Quando o véu do escuro céu desce,
cobrindo de penumbra o horizonte.
Ouço teu lamento, teu soluço.
Sinto na tua tristeza,
a aspereza de tua angústia.
Procuro-te,
Nada encontro,
a não ser o céu escuro,
Castelos de areia
E sonhos de ventos
Ocultando tua face.
Se a chuva cai,
A água não encontra seu abrigo.
O frio gela, condena, mutila.
E a febre altera o sentido,
De calor ou morno,
Extenuando gotas de vida.
Continuo a ouvir-te,
Chora, triste de dor,
De nada esquece,
Cada golpe fere-te o âmago.
Essência violada, violentada,
Frisaram sua pele de negro betume,
Em suas veias derramam podridão gananciosa,
Desvairada, sedenta de poder.
Parvos, pávidos, sofrem de paropsia
Ilídimos em terras que não possuem.
Arrotam títulos de propriedade,
Ufando seus galeões
Não percebem teu soluço.
Que definhas a cada estação.
E arranca-me suspiros de inércia.
Chora! mãe, chora!
Soluça em tempestades e trovões!
Varre de tua face os que te ferem!
Afogue-os em lágrimas.
Lave de tuas vestes a vergonha.
De se chamarem filhos teus.
E como se ainda fosse nada,
Manchas de sangue serpenteia-te,
Sangue da ignomínia humana
De éden em Armagedom te transformaram
Voce! que o serviu.
Mãe gentil!
Regina Chaves 13/04/1999
cobrindo de penumbra o horizonte.
Ouço teu lamento, teu soluço.
Sinto na tua tristeza,
a aspereza de tua angústia.
Procuro-te,
Nada encontro,
a não ser o céu escuro,
Castelos de areia
E sonhos de ventos
Ocultando tua face.
Se a chuva cai,
A água não encontra seu abrigo.
O frio gela, condena, mutila.
E a febre altera o sentido,
De calor ou morno,
Extenuando gotas de vida.
Continuo a ouvir-te,
Chora, triste de dor,
De nada esquece,
Cada golpe fere-te o âmago.
Essência violada, violentada,
Frisaram sua pele de negro betume,
Em suas veias derramam podridão gananciosa,
Desvairada, sedenta de poder.
Parvos, pávidos, sofrem de paropsia
Ilídimos em terras que não possuem.
Arrotam títulos de propriedade,
Ufando seus galeões
Não percebem teu soluço.
Que definhas a cada estação.
E arranca-me suspiros de inércia.
Chora! mãe, chora!
Soluça em tempestades e trovões!
Varre de tua face os que te ferem!
Afogue-os em lágrimas.
Lave de tuas vestes a vergonha.
De se chamarem filhos teus.
E como se ainda fosse nada,
Manchas de sangue serpenteia-te,
Sangue da ignomínia humana
De éden em Armagedom te transformaram
Voce! que o serviu.
Mãe gentil!
Regina Chaves 13/04/1999
E O IMPOSSÍVEL SE DESFEZ
Observo a multidão de homens,
Vem e vão, na eterna busca.
No semblante, profundos vincos,
Feições sofridas, olhos vazios.
O andar pesado denuncia-os.
Comparo-os aos caramujos,
Que leves e indefesos
Carregam sobre seu corpo mole
Desengonçado casebre.
Sonhar não está na sua aparência,
Pois enquanto se arrasta lentamente,
Seu pensamento ágil busca, inventa,
Ele sonha,
Ainda incólume na memória ele ajusta,
cria, recria, subverte o possível,
Mas quando o pensamento criador
Tenta converter em realidade...
O abstrato se desfaz diante da concretude real.
O corpo molengo se arrasta,
Enquanto o pensamento se perde no vento.
Assim a leveza de seu pensamento,
contradiz o arrastar pesado de suas carnes.
e no semblante...
A reprodução de suas frustações...
by Regina Chaves 23/04/2003
Vem e vão, na eterna busca.
No semblante, profundos vincos,
Feições sofridas, olhos vazios.
O andar pesado denuncia-os.
Comparo-os aos caramujos,
Que leves e indefesos
Carregam sobre seu corpo mole
Desengonçado casebre.
Sonhar não está na sua aparência,
Pois enquanto se arrasta lentamente,
Seu pensamento ágil busca, inventa,
Ele sonha,
Ainda incólume na memória ele ajusta,
cria, recria, subverte o possível,
Mas quando o pensamento criador
Tenta converter em realidade...
O abstrato se desfaz diante da concretude real.
O corpo molengo se arrasta,
Enquanto o pensamento se perde no vento.
Assim a leveza de seu pensamento,
contradiz o arrastar pesado de suas carnes.
e no semblante...
A reprodução de suas frustações...
by Regina Chaves 23/04/2003
Poeta Fingidor
""O poeta é o ser menos poético que há,
Pois não tem nenhuma identidade.
Está sempre em vias de tornar-se
Ou de ser outra personalidade""
Keats
Pois não tem nenhuma identidade.
Está sempre em vias de tornar-se
Ou de ser outra personalidade""
Keats
A Criação
Deus criou o homem.
O homem criou o vício.
No inicio
Tudo bem.
Mas matéria tem fim,
O homem tambem.
É a morte.
Que triste fim.
Seria o inicio,
Se não não existisse o vício.
Mas esse tem fome.
Fome de homens,
De homens sem Deus.
By Regina Chaves in 1994
O homem criou o vício.
No inicio
Tudo bem.
Mas matéria tem fim,
O homem tambem.
É a morte.
Que triste fim.
Seria o inicio,
Se não não existisse o vício.
Mas esse tem fome.
Fome de homens,
De homens sem Deus.
By Regina Chaves in 1994
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