Qual lobo que uiva
Olhando a lua ruiva
Sonhando
Qual sanha abocanha
A vontade
Indefesa, tacanha.
Vindima
De uvas turvas
De sangue esvaido
Escorrendo o mangue
Buscando o marIndeciso
Entre azul e verde a sonhar.
E a espuma vermelha
Quando o sonho se esvai
Entre o azul e o verde
O roxo se faz.
Vestindo cor não escolhida
De dor não ferida
A Lua se esconde
Do medo de amar
No austral transcende
E desaparece no dia
Sem nada entregar.
O lobo entristecido
Baixa o desejo do olhar
Numa noite ele se pos a esperar
E na manhã
Sua fome de amor
Lateja em seu corpo
Em latejos de dor.