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sábado, fevereiro 20, 2010

O Paradoxo entre Ditadura e Revolucionarismo socialista

Hoje, nosso olhar se volta para a criação da Comissão Nacional de Verdade, e, enquanto os socialistas de plantão aplaudem e aguardam ansiosos que documentos e relatórios sairão das recônditas gavetas ditatoriais diretamente para suas mãos esperançosas, nós meros brasileiros, brasileiros pós-ditadura, cidadãos que podem olhar com certa distância, tanto temporal quanto emotiva a tão importante assunto, Temos a responsabilidade de olhar ambas atitudes, por exemplo:
Ao mesmo tempo em que se pensa a ditadura como poder abusador, pensa-se também no caos que se instalou no país por ordem dos revolucionários.

Ora, não sejamos ingênuos, sabemos que uma sociedade se forma em torno de uma política econômica (vide Marx) cujo objetivo era o lucro fácil e não ideologias que não produziam, nem plantavam nem colhiam.

Mas o que importa levantar, é que, mesmo tendo havido um movimento militar duro para "manter a ordem" houve também segmentos dessa sociedade que buscaram esta ordem e que, não por coincidência era a parte mais abastada da sociedade.

Ora, se esses grupos estavam aqui em 1970, estão aqui ainda hoje, concordam?

Será que agüentaríamos ver exposto nas TVs e jornais que as principais fontes produtoras do país, por intermédio de seus representantes, foram os principais articuladores da ditadura e não os militares somente?

Será que estamos preparados para que a vergonha, antes política, invada também a economia, sem que o idealismo por uma nação limpase apague diante da frustração?

Ora, se legislar era fazer a vontade do Estado e a vontade do Estado era a paz, principalmente das partes que contribuíam para a subsistência dele, como tomar outra atitude senão destruir aqueles que tentavam, através de cartilhas estrangeiras causar o caos?

Não sou pró-ditadura, muito menos pró-tortura, mas há que se pensar nos verdadeiros culpados pela nódoa em nossa história, se de um lado eram brasileiros, de outro lado também o eram. Se de um lado são revolucionários lutando por uma nação diferente, de outro são militares ocupados com seu trabalho de defender o país e ao mesmo tempo, pais de família que viram sua nação estar a um fio do caos, uma diferença que não seapresentava assim tão segura.

Revolucionários e heróis brasileiros que foram orquestrados pelos únicos e verdadeiros torturadores, A ganância e O apego ao poder, dentro do país, escondido sob o manto de valentes brasileiros em busca de ordem paz e liberdade, e lá do estrangeiro, desenhando um objetivo maior, uma fortuna ainda maior, sob o manto do idealismo utópico. Sim pois se o socialismo se apresentava como libertador para alguns, se apresentava como opressor para outros. Ponto. Direções opostas, predileções antagônicas e, claro, explosivas.

Estou enganada?

Basta ver em que se transformou os países socialistas de hoje, um abuso de poder em prol de objetivos maiores e cada vez mais individualizante.

Como julgar um paradoxo?

Neste momento a verdade da história nos é importante como exemplo a não ser seguido de ambos os lados, nem ditatoriais abusadores, nem revolucionários criminosos. Mas paraseguirmos uma linha desenhada de brasileiros dispostos a consolidar uma nação que seja exemplo de superação e verdade, afinal os mortos não voltarão à vida e nem os crimes conseguirão ser pagos em moeda suficiente.

Portanto, àqueles que estão ansiosos para, nos relatórios ou documentos militares entreolhar uma oportunidade de arrecadar para os próprios bolsos, estes sim, se comparará aos culpados pelas atrocidades históricas já enterradas, porém ao fazer isso, não só estará reavivando toda a miséria humana, como também estará sendo cúmplice delas.

A este cabe julgamento no agora e o veredicto certamente não será a liberdade.