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quarta-feira, novembro 04, 2009

THE SNOW CHILD

UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná –Curso de Letras Port/Inglês
Disciplina: Literaturas de Língua Inglesa I; Docente: Valdomiro Polidório
Acadêmicos: Dhandara Soares de Lima; Patrick Thomazine; Regina Chaves.

Breve análise de The Snow Child, de Angela Carter

O conto The snow child, escrito por Angela Carter e publicado em um de seus livros de contos, The Bloody Chamber and Other Stories (1979), pode ser analisado a partir da perspectiva da construção cultural da relação entre homens e mulheres. Assim, ele é uma alegoria do modo como a sociedade alienou as mulheres e a própria participação destas na manutenção desse sistema misógino.
O conto é uma narrativa breve que possui, tipicamente, apenas núcleo narrativo, que inicia-se com um casal cavalgado pela neve, o Conde e a Condessa. O equilíbrio é quebrado quando o Conde diz que gostaria de “ter uma menina branca como a neve”. Achando um buraco na neve cheio de sangue, diz que gostaria de “ter uma menina vermelha como sangue” e, vendo um corvo, gostaria de “ter uma menina negra como as penas daquele pássaro”. Como vemos, aqui já é evocada a fantasmagoria do conto de fadas “Branca de Neve”.
Angela Carter foi uma feminista – o que, por si só, evidencia sua conexão com a época em que vivia –, jornalista e escritora de diversos gêneros e estilos, desde teoria e crítica literária até literatura infantil, passando pela literatura fantástica, como é o caso do conto em tela; Nasceu na Inglaterra e viveu entre 1930 e 1992, participando e ajudando a formar o que Linda Hutcheon definiu como “poética do pós-modernismo”, que se mostra claramente nesta obra. O pós-modernismo tem como algumas de suas características o questionamento, a ruptura com a seriedade “sizuda” das estéticas e da cultura dita “erudita” e, daí, a experimentação criativa, a intertextualidade como elemento fundamental e a apresentação do direcionamento ideológico do autor de forma clara, ainda que não pragmática – como é a própria Literatura. Em The snow child é questionado o próprio modo como a mulher vem sendo tratada durante os séculos de cultura patriarcal e o seu papel na manutenção dessa própria cultura; o conto, ainda que linear, utiliza-se de elementos que causam estranhamento, lembrando o enredo que percebemos em um sonho. Parte disso se deve à escolha de utilizar-se do maravilhoso puro, que, segundo Todorov, é quando a narrativa possui elementos fantásticos que não são questionados – ou seja, regras do mundo natural são quebradas mas são vistas como parte integrantes da fábula (utilizando-se a nomenclatura cunhada por Umberto Eco, significando a realidade proposta na obra literária) e, por isso, aceitas tanto pelos personagens quanto pelo leitor implícito. Assim, não é o elemento maravilhoso que causa o estranhamento, mas os eventos grotescos que aparecem no enredo, de que trataremos a tempo.
Uma grande característica da estética pós-moderna que podemos observar nessa narrativa de Carter é a intertextualidade com o já mencionado conto de fadas da Branca de Neve. Ainda que este seja um conto teoricamente pertencente à literatura alemã, por ter sido escrito pelos irmãos Grim, é uma narrativa que se acredita ter surgido no interior da França, séculos antes de ter sido formalizada pelos alemães. Essa própria origem do conto mostra como ele é, fundamentalmente, uma mistura de culturas e parte da tradição oral e popular. Na realidade, essa é uma característica de vários contos de fada, razão pela qual Angela Carter declarou, no prefácio do livro de contos em que figura The snow child seu interesse por essa variedade literária. Carter era fascinada por culturas diferentes, era fluente também nas línguas francesa e alemã e viveu por um tempo em Tóquio. Pesquisava sobre a tradição de contação de histórias pela tradição popular, o que dizia ser a cultura “renegada” pelo registro histórico dominante, que privilegiava (assim como ainda privilegia) a erudição e não a manifestação espontânea, além de procurar as raízes do matriarcado e, sendo feminista, pesquisou para entender o momento histórico em que a mulher deixou de ser o início sagrado da vida (como é na visão matriarcal) e passou a ser subjugada e renegada à servidão. Devido a seu interesse pela cultura marginal popular e pela busca de respostas para a situação atual através das produções culturais humanas, chegou até mesmo a traduzir um dos livros de contos de fadas dos irmãos Grim.
Provavelmente devido a esse interesse se dedicou à reescritura de vários contos de fadas, como A Bela e a Fera, Chapeuzinho Vermelho, Barba Azul e A Branca de Neve. No caso do último, essa reescritura se dá em forma de referência: a autora não se atém ao enredo nem a outros elementos da narrativa, mas evoca a idéia do conto presente no imaginário coletivo, o que pode ser visto também como uma forma dela nos chamar a atenção para a própria construção de nossa consciência cultura. Portanto, não é a reescritura do conto que é importante, mas as implicações das referências presentes – isso sem atermo-nos no próprio maravilhoso puro que a autora escolhe para basear sua fábula.
O casal que aparece inicialmente na narrativa não é qualquer casal: são um conde e uma condessa. Essas imagens foram provavelmente escolhidas para passar-nos a idéia de passado, afinal títulos de “nobreza” não são elementos pertencentes aos dias atuais, mas a tempos idos e, mais que isso, ultrapassados. Se pensarmos que eles representam a cultura patriarcal dominante por séculos, percebemos então uma tendência avant-guarde da autora, prevendo uma possível mudança cultural, além de, obviamente, criticando o pensamento até então dominante.
Na continuação do enredo, dos desejos e pedidos do Conde surge a menina de neve, branca e nua – imaculada e pura, representando a menina púbere, que ainda não é uma mulher, mas já desperta fantasias eróticas masculinas. O Conde a coloca em seu colo e continuam a andar de cavalo. Desde então a Condessa (correspondente à madrasta do conto de fadas) a odeia e só consegue pensar em como poderia se livrar dela. A partir de então a Condessa começa a tentar eliminar aquela que vê como uma rival: joga suas luvas na neve para que possa passar por cima da menina com o cavalo, quando esta fosse buscá-las e joga diamantes em um pequeno lago para que a moça se afogue ao tentar pegá-los. Ambas as tentativas são frustradas pelo Conde, que impede que a menina vá buscar as coisas da Condessa e diz que lhe comprará outros. Outro aspecto interessante desses acontecimentos é que a cada vez partes de símbolos de poder e conforto da Condessa passam magicamente para a menina de neve, mostrando exatamente a perda de poder que a mulher mais velha sente na presença da mais nova e, principalmente, a cada gesto de gentileza do homem para com essa menina.
Finalmente, a Condessa pede que a menina lhe busque uma rosa e isso o Conde diz que “não lhe pode negar”. Quando busca a rosa, a menina se pica em um dos espinhos e “sangra, grita e cai”. Vendo a morte da menina, o Conde desce do cavalo chorando e “enfia seu membro viril na garota morta” – cena que consideramos como sendo o auge da estética grotesca presente no texto. A Condessa apenas o observa, de cima de seu cavalo. Nesse momento, a imagem que o leitor implícito recebe é de uma inversão de papéis sociais: o homem, tido pela filosofia do sistema patriarcal como racional e severo, em contraposição à mulher, emocional e indolente, é agora figurado de forma absolutamente animalesca, enquanto a mulher o espera, racional e fria, quase manipuladora. Como a importância que a Condessa dava a suas jóias e peles eram apenas instrumentos e joguetes para aquisição e manutenção de seu poder, podemos perceber que Angela Carter implicita o questionamento de até que ponto as mulheres estiveram realmente tão subjugadas quanto nos chegou ao conhecimento e se esse próprio subjugo não teria sido um subterfúgio para a manutenção do poder que era realmente exercido.
Depois dessa cena de pseudo-necrofilia (dado que não se tratava de um cadáver, mas de uma fantasia morta), a menina derrete, sobrando na areia apenas os “rastros da caçada de uma raposa” na neve: uma gota de sangue e uma pena de corvo, assim como a rosa que havia pêgo. Com isso fica claro que a menina era uma fantasia, uma criação – alegorizando exatamente uma criação cultural. Satisfeita, com suas peles e botas novamente, a Condessa pega a rosa que o Conde lhe alcança e a deixa cair, dizendo que “espinha”. Nesse momento fica evidente que a Condessa não desejava nada do que pedia, apenas queria manter seu prestígio, assim como fica implícita uma certa arrogância dessa personagem.
The snow child é certamente um conto interessantíssimo, absolutamente eloquente para nossa época e universal na esfera humana. Esse conto serve de alegoria para as relações sociais, em relação ao sexo dos atores sociais. Há, nele, o homem patriarcal, a matrona patriarcal e a menina jovem, presa entre as redes de interesses e manipulações de poder entre estes e que, sendo o “elo mais fraco”, é a que acaba sofrendo as consequências dessas estratégias manipulativas. Ele ilustra, também, como as próprias mulheres, com sua competitividade entre si, reafirmam o sistema misógino (no sentido mais lato da palavra, de ódio e repulsa ao feminino) contribuem para a manutenção deste, por, talvez, terem conseguido uma “brecha” para obtenção de poder – neste caso, através do casamento e subsequente manipulação dos maridos, o que seria uma manipulação indireta dos acontecimentos sociais importantes.
A menina não tem voz nesse conto: ela não fala nem age por conta própria, o que reforça a idéia de que ela representa um tipo social que não tem participação nas decisões. Se pensarmos o próprio nome atribuído a ela, “child” pode significar tanto criança, menina, quanto “filho”; adotando a segunda opção, a menina seria a filha da neve, uma criação da neve, em uma perspectiva em que a neve não é tomada no sentido da palavra poética mas entendida na esfera da alegoria, significando, portanto, os valores semióticos atribuídos à neve, como gelo e frio, tal que branco e infertilidade. Desta forma, a personagem-título do conto é o fruto da frieza e realmente não pode ser duradoura, afinal, nasce de um ambiente infértil, onde a vida não tem espaço.

O feminismo no conto

O conto “A Criança de neve” será, agora, analisado a partir de uma perspectiva de conflito entre o homem e mulher na constituição universalista cuja representatividade transcende a do casamento e se revela num jogo erótico e sensual no qual delineia e se alterna o embate entre dominador e dominado. Para que a análise tenha um lume especial foi-nos dado refletir sob o olhar da autora Simone de Beauvoir.
A narrativa breve respeita sua característica ao formar a imagem confusa que nos leva a analisar com criticidade os elementos incorporados pelo narrador para que, desta forma consigamos atingir maior amplitude de nosso objetivo.
Nele, o casal cavalgando pela neve representa não um casal comum, num passeio em pleno inverno, mas um casal cuja representatividade invade o social no qual o psicológico nos é revelado sem que possamos analisá-los sob a ótica de mero leitor, porém ao submetermos sob a luz da crítica reconheceremos uma relação homem/mulher juntos num contexto histórico social e distanciados pelo conflito que se estabelece no mesmo momento em que a sociedade, assim como a conhecemos, teve seu inicio.
Para Simone Beauvoir essa relação existe a partir de um acordo estabelecido num determinado momento da historia em que era imprescindível tal união para garantia existencial do gênero humano. Um acordo no qual a força masculina ganhou status de Senhor e sensibilidade feminina a função de sujeição.
A imagem tecida no conto torna-se indecifrável até o último parágrafo ao tentarmos pressupor se narrado por um narrador masculino ou feminino dado a energia com que os símbolos argumentativos são dispostos, pois encontramos nele tanto argumentos masculinos, quanto traços da feminilidade conflitante.
Os indícios do masculino ao desenhar a sensualidade feminina entalhada na amplidão nevada no qual a brancura da carne, o preto dos cabelos, o vermelho dos lábios, e as botas de salto vermelho compõem no jogo de poder o desejo masculino pela jovialidade da carne feminina reproduzida entre os lampejos de nudez que ora descobre os ombros, ora o corpo todo, confirmando a sensualidade que transcende para o ambiente e ao mesmo tempo em que revela o erotismo masculino, descortina a sensualidade feminina que compõem dois ativos participantes na execução do jogo de entrega e posse.
Segundo Beauvoir, "A hierarquia dos sexos manifesta-se à mulher ainda na vida familiar, (...) enquanto que, socialmente o homem é um indivíduo autônomo e completo. ele é encarado antes de tudo como um produtor e que o papel de reprodutora em que se confinou a mulher não lhe assegurou igual dignidade” (p.28 e 166).
Para o homem “suas tendências eróticas são assumidas alegre e livremente” (p. 30), enquanto a mulher faz um jogo de esconde-esconde sob caprichos e docilidades.
O homem deseja a juventude porque além da satisfação carnal, é na inocência e na pureza da menina-mulher que ele encontra o momento ideal para imprecar seu domínio e estabelecer sua soberania.
O branco da neve e o desejo por uma menina contextualizam a idealização masculina em busca do poder. No momento em que ele a puxa e a coloca em sua frente na sela revela a função de protetor forte para o frágil.
Para Beauvoir, a soberania masculina é exercitada e estimulada pela mulher que vê no homem a perpetuação da espécie e fonte inesgotável de “mimos”. É da mulher-mãe que o homem recebe os primeiros estímulos para enfrentar o mundo, mas é a rivalidade contra o pai que o empurra para fora, rumo ao desconhecido. “A rua é masculina e o ambiente doméstico é feminino” convencionado através da religião e do contexto social.
Para a menina, o pai é a figura que sugere segurança, confiança, (complexo de Electra) que procura no amante as mesmas qualidades, como diz Beauvoir: “Os psicanalistas afirmam de bom grado que a mulher busca no amante a imagem do pai; mas por ser homem e não por ser pai que ele deslumbra a criança, e todo homem participa dessa magia. A mulher não almeja reencarnar um indivíduo no outro e sim ressuscitar uma situação: a que conheceu menina, ao abrigo dos adultos”.
Quer dizer, o papel destinado á mulher “é o melhor dos dois”, pois a ela é dada toda proteção, todo o carinho e atenção desde o momento de seu nascimento, de maneira que a parte mais dura sobrou para o homem desde a mais tenra idade. Cabe a ele definir ou transformar a sociedade em que vive. Dele é exigido a coragem, a audácia, o autodomínio, a rudeza e a determinação nos assuntos que envolvem a sociedade, enquanto a mulher desfruta do teto e dos limites no qual está assegurada sua proteção pelo domínio masculino.
A menina do conto não se manifesta, não fala, se deixa dominar e se deixa morrer. Ela é desejada pelo homem como um símbolo da paixão, enquanto é odiada pela mulher como símbolo da negação.
A negação e a passividade são os elementos da contradição e do conflito que permeia o conto. É a luta dualística no mesmo interior entre o ser dominado e o que não quer se deixar dominar, por isso a necessidade que um deles morra para que o outro triunfe.
Quando fazemos alusão ao conto Branca de Neve buscando nele elementos que possibilitem comparações, percebemos o mesmo conflito dualístico feminino entre a jovialidade de Branca e a insegurança da rainha bruxa. Porém há entre eles um abismo cavado pelo narrador que busca a liberdade feminina da erotização masculina, e esta liberdade sugere a morte da menina-mulher.
O abismo se interpõe quando Branca é ressuscitada pelo príncipe através do beijo resgatador perpetuando assim o poder masculino sobre o feminino, enquanto que no conto “A menina de neve” tem outro desfecho.
Neste jogo sedutor a imagem da mulher dominadora nos é mostrada pela altivez do cavalgar de botas de salto alto, dos lábios vermelhos e a vestimenta em peles brilhantes que transformam a mulher num ser tão poderoso quanto o homem. A luta transcorre no mesmo momento da sedução e do deixar-se seduzir. O homem busca a menina e a mulher tenta escondê-la. Ela a odeia, ele a deseja. O homem tenta protegê-la e a mulher, matá-la, pela passividade da qual quer se libertar, mas o homem sabe como chegar ao coração feminino, as táticas são desenvolvidas, segundo Kate Millet na obra Política Sexual, “como estratégias na gestão de um governo”. As palavras carinhosas derretem o coração feminino que se deixa envolver pela docilidade da voz que sempre lhe parece áspera e fria. Aqui percebemos o conflito não como uma derrota, mas como uma vitória feminina bem ao estilo de uma líder feminista cuja liberdade é sua principal bandeira.
A rosa vermelha tanto pode representar o argumento no qual o masculino estabelece a troca da relação carnal pela proteção, como a manipulação do sentimento feminino. A proteção tem um preço, e o preço é a submissão, uma rosa com espinhos que ferem e arrancam da mulher gritos de dor e sangue.
Simone de Beauvoir fala em sua obra “que não se nasce mulher, transforma-se em mulher” e essa transformação é acompanhada de muita dor e sangue, sangra na adolescência e neste momento inicia-se a distância e a diferenciação entre menino e menina sob a égide da não aceitação, do desprezar-se, é o momento de reclusão, de recato e de movimentos leves e pensados. Também é sob dor e sangue que se entrega pela primeira vez ao seu amante e ainda sob este estigma que gera filhos e os amamenta. O rastro de sangue da caça ferida se arrasta pela neve, enquanto ao homem cabe-lhe nascer, crescer e ganhar o mundo, basta que tenha em seu semblante a coragem do caçador e a força de um deus imaginado e desejado pela mulher.
O embate termina, a relação carnal acontece e a menina de neve derrete-se, o dedo é ferido, mas a mulher se veste e se nega a aceitar outra vez a rosa, a troca e a manipulação de seu sentimento. Teve despertada de sua condição passiva e busca agora a sua força e a sua coragem, ela diz não quando sempre lhe foi negado dizer não. A menina está morta e a mulher que ali está, quer ser aceita de igual para igual. É neste momento que percebemos o narrador como feminino, ela expõe a condição submissa da mulher como negação de sua própria condição humana e dá a solução para tão grande mal, matar a passividade e a sujeição. Matar o único momento em que o homem pode dominá-la. Usar seu poder de dominadora para inverter os papéis. Eis o abismo entre a Branca de Neve e a Menina de Neve: uma é resgatada enquanto a outra desaparece. Beauvoir afirma que a única condição para que homem e mulher possam ser reais e sem as máscaras sociais a que se sujeitaram será a aceitação de ambos sobre o próprio poder e o poder do outro numa participação que se aproxima do socialismo.
Concluímos que a narradora deixa no conto sua marca como feminista ao compor elementos que subvertem o poder masculino e enaltecem a liberdade feminina travestida de resistência e autodefinição numa luta cujo quadro empresta tons do gótico pós-modernista, mesclando em preto, vermelho e cinza enquanto desenha o mágico do conto da literatura infantil russa em coexistência entre elementos reais como o sangue e o pássaro no galho nu. As marcas sugerem resquícios fragmentados da autora Ângela Carter e de sua opção de vida e de luta pela liberdade feminina.

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