Ah! Paraná
Que nome tupi se dá
A terra sem palmeira
Sem sabiá?
Tem pinheiro tem campos gerais
onde dorme a cotovia
No seu ninho de julipitá
Tem Gralha que ralha a manhã
No seu tinir e esvoaçar
Em busca da semente perdida
Sem palmeira sem sábia
Tem pinheiro
Um pouco só
Tem cotovia no campo descampado
Tem gralha gralhando no telhado
Chorando a semente escondida
Entre as frestas Concretas
De arranha-céus
Ah! Paraná
Melhor terra não há
Que se ouça apenas o choro da gralha
Que se ouça o esvoaçar da cotovia
A saudade de ti existe aqui sem acolá
Ah! Paraná
Que nome tupi se dá
a uma terra Descampada
Das serras até o mar?
Nas cascatas pequenas e brancas
como véus a enfeitar donzelas
De olhos cabisbaixos
Da vontade de amar o mar?
Sementes afloram em cidades
Que crescem
Sem frutos
Mas crescem florestas
A invadir serras
E cortar véus
De donzelas a chorar
sem o mar amar
Ah! Paraná
Que nome tupi se dá
à terra celeiro
desde a Foz até iguaçú?
Que se quisera grafar ss
Assim como Z se grafa o Brasil?
Ah! Paraná
Melhor terra não há
Mas há um povo esquecido
Isso há
Que não tem saudades
Quando o choro da cotovia triste
emudece por entre o barulho
da fábrica a apitar
se deixe escutar Paraná
Se faça encontrar
entre as estradas entrecortadas
entre as montanhas elevações
entre os rios a esgueirar
o barulho dos ferros que não param de apitar
Chora cotovia
esvoaçã gralha azul
Melhor terra não havia
Que o nosso Paraná.
Nenhum comentário:
Postar um comentário