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sexta-feira, agosto 24, 2007

O RIO

Determinar o poder de um homem,
É como medir a força dos rios.
Se diferenciam na estrutura,
Se igualam em perigo.

Ás vezes são córregos
Pequenos e inquietos
Precisam de uma tempestade
Para saber que são rios.

Alguns mais instáveis
Se desviam de seu rumo.
Logo voltam tímidos e assustados,
Sem força alguma por serem rasos.

Há, porém os caudalosos,
Perigosos.
E desses se mantem distância segura.
Nada sobrevive a força que se arrastam,
Passam e deixam vestígios,
Estragos profundos,
Cicatrizes.

Há também os mais extensos,
E mais intensos.
Abrigam em seu leito um pouco de todos.
Ás vezes inconstantes,
Noutras fortes e profundos.

Ás vezes calmo,
Ás vezes muita vida e barulho
traz o perigo oculto,
Pois sem aviso algum,
Desce penhascos e montanhas.
Terminando em cachoeira.

Há, porém, entre todos eles,
Um que mais me assusta,
Tranquilo, respeitoso,
E em nada transparece,
Com seu semblante de paisagem,
Nenhum ruído se apercebe

Seu âmago, porém,
Insano e intenso corredio
Turbilhão de perigos
A enganar
Pela tranquilidade fingida
Na morte atracar.


by Regina Chaves 26/12/2003

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