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sexta-feira, agosto 24, 2007

MÃE

Quando o véu do escuro céu desce,
cobrindo de penumbra o horizonte.
Ouço teu lamento, teu soluço.
Sinto na tua tristeza,
a aspereza de tua angústia.

Procuro-te,
Nada encontro,
a não ser o céu escuro,
Castelos de areia
E sonhos de ventos
Ocultando tua face.

Se a chuva cai,
A água não encontra seu abrigo.
O frio gela, condena, mutila.
E a febre altera o sentido,
De calor ou morno,
Extenuando gotas de vida.

Continuo a ouvir-te,
Chora, triste de dor,
De nada esquece,
Cada golpe fere-te o âmago.

Essência violada, violentada,
Frisaram sua pele de negro betume,
Em suas veias derramam podridão gananciosa,
Desvairada, sedenta de poder.

Parvos, pávidos, sofrem de paropsia
Ilídimos em terras que não possuem.
Arrotam títulos de propriedade,
Ufando seus galeões

Não percebem teu soluço.
Que definhas a cada estação.
E arranca-me suspiros de inércia.

Chora! mãe, chora!

Soluça em tempestades e trovões!
Varre de tua face os que te ferem!
Afogue-os em lágrimas.
Lave de tuas vestes a vergonha.
De se chamarem filhos teus.

E como se ainda fosse nada,
Manchas de sangue serpenteia-te,
Sangue da ignomínia humana
De éden em Armagedom te transformaram

Voce! que o serviu.
Mãe gentil!

Regina Chaves 13/04/1999

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