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domingo, julho 01, 2007

O Homem: elemento do todo

Observando a natureza, percebemos os movimentos de retorno da maré; das fases lunares; das estações do ano; do germinar, florescer e frutificar das sementes sob uma lei constante, rigidamente estabelecida e interligada por forças desconhecidas, cientificamente aceitas e religiosamente cridas.
O homem, elemento intrínseco deste sistema tenta por vezes explicá-las, acusar-se ou imputar as conseqüências geradas. Não percebe que carrega em si as intermitentes negação e afirmação do seu eu presentes num movimento maior que o seu ir e vir medíocre.
As diferenças surgem quando o ciclo ocorre individual ou coletivamente. Quando coletivamente, a massa agiganta-se em favor ou contra e a intensidade atinge proporções catastróficas, no entanto, seja o homem culpado ou passivo dessas mudanças, percebe-se como sujeito de algo inexorável e imensurável.
A história delata abusos cometidos: seja do homem para o homem; do homem para a natureza ou ainda da natureza para o homem.
Em qualquer situação as ocorrências não foram únicas, seguiram-se respeitando-se a lei inteligível e indecifrável.
Seja por demonstração de poder ou necessidade extrema. Busca-se respostas para questões angustiantes. Desconhece-se a verdade do por que, de onde e para onde.
Talvez por não se aceitar a mediocridade de não realeza, obtemos apenas explicações aceitáveis e nem sempre confiáveis
O monstro Adamastor, Cirene e Caribde foram explicações sobre mitos nascidos da ausência de conhecimento, no entanto o fato de representarem fenômenos ou elevação naturais não afastam as interrogações emanadas do homem sobre o poder da Natureza.
As batalhas importantes contra o poder natural não aboliu-o dos perigos que Ela representa. Nem poderia, pois ele é elemento, partícula que integra o todo. Dia a dia, ano a ano, século a século novas batalhas surgem, estabelece-se o verdadeiro senhor.
Basta agora, que o homem se renda e respeite o poder supremo, dê a Ela o espaço tomado, pare de incriminar-se pelas nações subjugadas ou extintas, pois quem culpar pela dissolução dos povos antigos aos egípcios? Como culpar por terem sido os gregos os melhores escravos que os Romanos tiveram? Por que culpar o homem de subjugar o próprio homem, se africanos venderam seu próprio semelhante para cativeiro, enquanto no novo continente, índios trocaram seu povo por machados e enxadas? Por que afirmar a destruição do planeta pela avidez gananciosa do homem se os dinossauros foram extintos sem que o homem existisse?
Todas as coisas existem e todas serão destruídas ciclicamente. A lei segue-se por determinação de força maior, contra ela não há contestação, contra ela não há indulto.
Quando Nietsche contestou o eterno retorno seguiu o raciocínio da mediocridade, condenou aquele que já estava algemado e morria lentamente sufocado sob seus próprios pensamentos.
Passou-lhe despercebido uma linha ampliada e desconhecida, afinal, de que nos serviria um outro Ritler, uma segunda bomba atômica, senão para arrepender-nos e condenar-mos duas vezes?
Afirmação e Negação, ser e não ser, ciclo eterno, natural e inumano, isso significa e significará inicio do que antes existira, mas de um outro modo, de um modo melhor, ou simplesmente diferente.

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