"UBE Blogs"

segunda-feira, julho 16, 2007

ADORMECIDA

Desperta a minha alma!
Que vaga em mansa calma.
Não tem olhos,
Não tem mãos.
Ah! saborosa escuridão!
A matéria se desfez,
É o divagar, o meu novo chão.
Consigo estar em mim,
Comigo mesmo.
Mais um pouco e a luz me despertará.
Não! que a luz se demore ainda,
Deixa-me mais um pouco assim!
A viver a eternidade
De um momento
Só pra mim.
Doce volatizar-se,
Buscar-se sem urgência,
Sem necessidade.
Sou fada, sou deusa,
Sou nada!
Poderes me são atribuídos
Pela mágica de meus sentidos
Transcendidos, imaginários.
Suaves toques imobilizados
Pela morosidade sinuosa.
Existo no imaginável
De um mundo abstrato.
Da neblina fez-se o mundo,
Aqui enquanto adormeço.
A noite, apenas reconheço,
Pela maciez e a tepidez
Sinto-as em mim e para mim.
A claridade do mundo condena-me,
A lassidão apazigua-me.
Terno anoitecer, manso descaso,
Quero assim permanecer, não pensar,
Nem subverter,
Apenas imaginar o perfeito
Inexistente, inconsistente, inconsciente.


(Por Regina Chaves)

Nenhum comentário: