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sábado, junho 14, 2008

Porque escrevo...

Meu pensamento transborda,
E vem de voar, a ânsia.
Abrem-se algemas.
Escancaram-se portas
Em movimentos sem pressa.
Busco entre as névoas
Que minha alma sustenta,
Algo que tenta:
Imagens concretas sonhadas insanas,
Repletas de sentimentos e dores,
Sem cores,
Apenas o nada
De mim, em mim mesmo.

Morosa e compassada,
Transformo o nada
Em cores incertas.
De um brilho não reluzente,
Num sonho impuro.

Sombra pesada,
Transformada em muro.
E o desejo quente
De querer, sempre,
O proibido.

Abre-se o branco,
E o barulho dança em meus olhos.
Soltando-se, movendo-se
Como peça encaixada,
Sem caixa, nem lado.
Em espaços descabidos, corrigidos, arrumados.

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